Brasileiros passam três meses por ano assistindo TV, aponta pesquisa divulgada pelo Ibope

Você fica mais à frente da televisão ou conectado na internet pelo computador ou celular?. 
Foto: Divulgação/Reprodução

Seg, 23/02/15 - De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Ibope, os brasileiros, estão passando três meses por ano à frente da televisão. O tempo que cada indivíduo dedicou à TV aumentou mais de 40 minutos nos últimos sete anos. Em 2008, por exemplo, as pessoas ficavam cinco horas e nove minutos em frente ao aparelho. Hoje, o número chega a cinco horas 52 minutos e 39 segundos por dia.

Ainda de acordo com a pesquisa do Ibope, o aumento do consumo de TV está sendo impulsionado pela TV por assinatura e pelo acesso a serviços pagos via televisores conectados à internet, como também confirma o sociólogo da Universidade de Brasília, Antônio Flávio Testa. 

A psicóloga e membro da Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental, Letícia de Oliveira, diz que o aumento no tempo em frente à TV é resultado do individualismo. “Não só a questão da televisão, mas a forma como a pós-modernidade está influenciando muito numa questão de individualismo. As pessoas vivem mais sozinhas, elas estão mais sozinhas, tem relações mais superficiais, acessam mais computadores, acessam mais redes sociais até do que a relação pessoal de fato. Então, elas estão ficando mais sozinhas, consequentemente mais ansiosas e mais deprimidas.”

De acordo com o Ibope o consumo da TV aberta cresceu em 2014, após registrar quedas consecutivas nos últimos anos.

No Brasil, a qualidade da televisão aberta, se torna a pior possível a cada dia, e a sociedade parece se iludir com isso, acreditando ser entretenimento, quando na realidade a baixaria toma conta. Há muitos programas sensacionalistas e policialescos, fazendo da tragédia, um espetáculo grandioso. Alguns programas fazem incitação à violência, além de novelas e alguns programas que se utilizam de forte apelo sexual,àvidos pela audiência do público.

São poucos os programas de qualidade, que trazem cultura e informação ao telespectador.

Saindo desses números divulgados pelo Ibope, que indicam a permanência do brasileiro à frente da televisão cada vez mais, deparamos com outros números que revelam o número de leitores no Brasil.

A última edição do estudo Retratos da Leitura, de 2012, revelou que o brasileiro lê apenas quatro livros por ano — e dos quatro, chega ao fim de apenas dois.

De acordo com esse estudo, percebemos que a leitura não é prioridade para os brasileiros. De 2013 para 2014 foi apontada uma queda de 1,5% no número de leitores. Analisando os anos de 2009 a 2012, a pesquisa constata ainda que o número de leitores caiu 9,1% nesses quatro anos. A pesquisa também constatou que 24% dos brasileiros afirmavam ter o hábito de ler durante o tempo livre, enquanto 85% costumavam ver TV.

São números estarrecedores, precisamos voltar nossos olhos a projetos que incentivem a leitura, desde cedo, estimulando as crianças e os jovens ao prazer da leitura.

Os próprios educadores, a sociedade e os próprios pais devem ser incentivadores da leitura, criando e estimulando o hábito à leitura, deixando um livro sempre por perto, ou sempre lendo na presença das crianças, evitando o estímulo a televisão.Os benefícios disso certamente serão os melhores na formação e no desenvolvimento das crianças.

Precisamos de mais leitores, mais crianças e jovens se dedicando ao prazer e aos encantos de uma boa leitura. A boa leitura forma bons cidadãos, e uma sociedade mais crítica e participativa, começa pela leitura e a cultura.