Pessoas que se submetem à cirurgia de catarata vivem mais

Pessoas que se submetem à cirurgia de catarata vivem mais

Estudo realizado indica que mortalidade é 40% menor em pacientes que tiveram a visão corrigida

Um estudo realizado por pesquisadores australianos e publicado este mês na Ophtalmology mostra que pessoas que tinham catarata e se submeteram à cirurgia para correção da visão têm maior expectativa de vida.

Para chegar a esta conclusão, foram comparados dois grupos de participantes e a notícia foi surpreendente: há um risco de mortalidade 40% mais baixo, a longo prazo, para aqueles que fizeram a cirurgia de catarata. Para o oftalmologista dr. Thiago Pardo Pizarro, além do procedimento em si, outros fatores podem ser levados em consideração. “A catarata é uma doença que acomete grande parte das pessoas acima dos 45 anos e, por ser uma doença que obstrui a visão, acaba atrapalhando tarefas do dia a dia e influenciando até mesmo o desempenho no trabalho e em casa. Ao se submeter à cirurgia, o paciente tem de volta não apenas sua visão, mas o aumento da autoestima, o que estimula diretamente a expectativa de vida”, explica.

A pesquisa foi elaborada a partir de dados recolhidos do Blue Mountains Eye Study, um estudo de base populacional sobre visão e doenças oculares mais comuns na população idosa australiana. Um total de 354 pessoas, com idades entre 49 anos ou mais e com diagnóstico de catarata - algumas das quais tinham sido submetidas a cirurgia de catarata e outras não - foram avaliadas entre 1992 e 2007. Foram feitos ajustes para idade e sexo, bem como uma série de ajustes para fatores de risco de mortalidade, incluindo a hipertensão, diabetes, tabagismo, doença cardiovascular, índice de massa corporal e as medidas de fragilidade e comorbidades. As visitas de acompanhamento ocorreram após cinco e dez anos desde o exame inicial.

Antigamente, as pessoas tinham medo de se submeter à cirurgia pela complexidade do procedimento. “Hoje, a cirurgia de catarata é simples, indolor, e pode ser feita até a laser, potencializando uma recuperação mais rápida e devolvendo a qualidade da visão ao paciente. Existem até lentes intraoculares que podem ser implantadas e, no mesmo procedimento, o paciente pode eliminar o uso de óculos devido a outras doenças, como miopia, astigmatismo e presbiopia”, destaca.
A catarata é uma doença que acomete o olho, causando a perda da transparência do cristalino – lente natural responsável pela passagem de luz. Em outras palavras, a opacificação do cristalino vai dificultando a chegada da luz à retina e a visão vai diminuindo. Se não diagnosticada e tratada, pode levar à cegueira.

“A visita ao oftalmologista é sempre importante, pois é através dos exames que doenças oculares podem ser identificadas, inclusive no início, o que aumenta as chances de cura”, completa.
Por Daniela B. Martins/ Relações Públicas - DBM Assessoria em Comunicação